quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Meu amigo escroto

Cada um coça do seu jeito
Hoje pela manhã li o texto da Juliana, que tem mais de 30, falando mal da arte milenar de coçar o saco. Na minha condição de macho alfa e líder de manada não podia deixar que essa análise preconceituosa e desprovida de respaldo científico ficasse sem uma resposta, na verdade um contraponto, necessário para a formação de opinião. Pra quem gosta de Marx, farei aqui o que ele chama de análise dialética: Ela fez a sua tese (afirmação ou situação inicialmente dada), eu farei a antítese (oposição à tese) e vocês façam a síntese (nova tese). O Velho barbudo levou uma vida e trocentas mil páginas pra explicar isso, mas se fôssemos fazer uma cola pra prova isso bastaria. Pelo início vocês já viram que vou entrar de sola.

Poderia eu tentar enquadrar esta prática dentro da história dos costumes, mostrando que esta ação é, na verdade, uma afirmação masculina, uma demostração social de sua potência viril e de sua capacidade latente de procriação. Como costume seria então parte de um sistema social próprio e inerente a determinado contexto específico, o mesmo que explica que era normal dar aquela escarrada grossa e carregada nas escarradeiras espalhadas pela residência, tão bem retratadas no clássico Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire.  Um outro clássico, A História da Vida Privada, está cheio de nojeiras que eram bem recebidas e que hoje nos causam ojeriza. Ainda assim, não seguirei este caminho.

Poderia eu argumentar que, utilizando a história social comparada, poderíamos encontrar no comportamento feminino práticas que obviamente não seriam parecidas, por questões anatômicas, mas que simbolicamente desempenhariam a mesma função. A mulher ao jogar seu cabelo incessantemente de uma lado para o outro, pode carregar na sua mão caspa, piolho, seborréia, um creme fedorento, formol, tinta ou qualquer outra intempérie que possa repousar no seu couro cabeludo. Ainda assim, abraça suas amigas, apertam a mão uma das outras e acham que isto é a coisa mais normal do mundo. E olha que colocam a mão diretamente na moléstia, sem proteção alguma como no nosso caso a bermuda e a cueca. Ainda assim, não seguirei este caminho.

E aqui vai a explicação para o que a mulher sente: ela projeta na ação de coçar o saco uma infinidade de doenças e pragas incrustadas inconscientemente na sua forma de pensar pela visão cristã do sexo, de ferramenta do diabo. Elas não sabem disso, mas projetam odores escabrosos, gosmas descabidas e outras esquisitices ainda que, contraditoriamente, se refestelem no dos seus maridos e namorados, muitas vezes praticando o sexo oral. Acredito que, na maioria dos casos citados, tais sacos coçados não sejam de mendigos que não tomam banho a trinta e cinco dias ou mesmo coabitem com DSTs alugando sua região baixa por alguns trocados. Se estamos tratando de gente limpa, sadia e com a higiene local em dia, não se justifica tamanha sensação de nojeira. 

Aí você fala: "ah, então o cara coça o saco e vem te apertar a mão e você nem liga?" Pera lá, sou espada e não fico manjando. Na verdade, não pensamos acerca disso e, portanto, isso não nos preocupa. A coçada é natural, inconsciente e, na maioria das vezes, serve para ajeitar nosso camarada que pode estar mal acomodado, seja por estar do lado que não costuma ficar, prendendo na cueca, agarrado em um pentelho ou coisa que o valha. O cara tá na pista. Fica com uma mulher. Dá um beijo. O clima esquenta. A barraca arma. É óbvio que vamos precisar acomodá-lo porque ele passou a ocupar um espaço que antes estava vazio. Agarrou no bolso da cueca ou se embolou nos pubianos esticando-os e causando uma dor terrível.  Vai então aquela ajeitada. Por fim, um conceito básico: se vale pra todo mundo, não vale pra ninguém, ou seja, isso pra nós não existe.

Não se iludam: todos os homens que vocês amaram, amam e amarão ao longo da vida, pais, avós, filhos,maridos, namorados seja lá quem for, coçaram, coçam e coçarão o saco. Incomodada ficava a sua avó, porque seu avô tenho certeza que não.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Pode chegar que a casa é sua

Não gostaria de entrar para tomar uma xícara de café?
Já tem gente falando que este blog é mais eficiente que anticoncepcional. A mulher tá refletindo sobre a vida, chegando na casa dos trinta, trinta e poucos, querendo mais tranquilidade, um namorado sério, cansada da badalação de solteira e tudo mais. Já acha graça das roupinhas de crianças, toma coragem pra pegar os filhos dos amigos no colo e sente a natureza tocar o gongo da reprodução: você veio ao mundo pra procriar ou o quê? Bora embuchar, mulé!

Podem falar o que quiser, mesmo aquelas que optaram por não ter filhos, mas a função biológica da mulher é a perpetuação da espécie. Ela vem de fábrica programada pra isso, tanto que amadurece muito antes de nós que, na verdade, pulamos esta etapa fingindo raciocínios existenciais que viram piada com os amigos. Aí lá está ela, imaginando que já está pra virar titia, que as amigas da escola estão todas com fotos dos bacuris no feicibúqui e que, se não for agora já era. 

Pra coroar este momento, sua mãe chega com um papo furado querendo te sondar pra ver se você gosta mesmo de homem ou teu esporte é outro. Na família já rola até um tititi desse: "Jéssica? Sei não... Começa então a ler sobre como as dificuldades de engravidar depois do trinta, dos riscos que corre, da dificuldade de vingar com o passar dos anos. Começa a passear por blogs pra ver o que as mães falam e acaba caindo aqui. A decisão é imediata: o mundo já tem gente demais! rsrsr

Já até pensei em ganhar um qualquer com isso, tipo um workshop aqui em casa uma semana. Depois disso o casal decide. Além de arrumar um caraminguá iria me divertir com o desespero diante das situações pelas quais passariam e como refletiriam a respeito. Ah, nada de babá, é obvio. No final gravaríamos seu depoimento e faríamos uma comparação com o depoimento inicial, não seria maneiro? rsrsr. Hoje mesmo meu cunhado favorito passou uma tarde conosco e, pelo visto, só deve voltar a nos visitar em 2014, tempo necessário pra recuperar suas energias. O bobinho aceitou um convite nosso pra tomar um café depois de uma festinha que fomos juntos. O café, é claro, não saiu mas, em contrapartida, conseguimos segurá-lo até as 22:00h. Perdeu, playboy.

Até mesmo minha irmã, um dia desses, quase que sai correndo pela escada quando percebeu que, na hora de ir embora, na porta do elevador, as crianças estavam indo na sua direção. Ela gritou pro meu irmão "entra logo, entra logo"! como quem diz "eles estão voltando, socoooooooooooorro" rsrsrs.  Né mole não, cumpádi, pra me visitar tem que ter disposição até porque quando você chegar é claro que eu vou fazer alguma coisa que devia ter feito e não fiz por estar sem tempo.

Minha mãe então? Passa o final de semana indo a festas e na praia. Quando chega aqui em casa é acometida de uma dor na coluna insuportável e uma fisgada no joelho que sempre aparece assim que ela desembarca na rodoviária. Faz uma gracinha, vê os netinhos e, quando dá a hora dela, busca refúgio pra dormir na casa de minha irmã que fica perto, porque sabe que aqui só se dorme após as 23:30, hora em que ela já está no décimo-quinto sono. Dá pra pensar mal deles? Claro que não. Eu, no lugar deles, daria uma ligação e tava tudo resolvido rsrsrsrsrrs

E por falar nisso, quando vocês vão aparecer?


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Machosfera Paterna

Depois do último texto, muitos foram os comentários que disseram saber da existência de outros pais que escrevem sobre seus filhos.

Fica aqui então o pedido para que digam onde posso encontrá-los, quais são seus sites/blogs. Aí você pensa "Ah tá, Cappelli é malandrão, quer que a gente faça o trabalho por ele". Nada disso, peço apenas a colaboração, já que o tempo pra ficar surfando e procurando estes lugares que vocês já conhecem não existe.

Um último detalhe: quero só os que escrevem como Pai. Aqueles que começam com "agradeço a Deus pela minha família maravilhosa" ou então, "Hoje meu filho aprendeu novas palavras" e coisas do gênero não fazem meu tipo. Que foi, tão me estranhando? rsrsrs

Abraços e depois escrevo um texto falando bem de todos os blogs que me ajudarem, prometo!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Eu vou invadir sua praia!

Este blog nasceu de parto normal, nas ondas de um cigarro de palha (de palha mesmo, não do capeta como algumas mentes poluídas podem estar imaginando) degustado ao vento na varanda. Em um efêmero momento de ócio criativo comecei a pensar nas situações que vínhamos passando, dando ênfase naquilo que todos passam mas ninguém comenta, ou seja, a doideira que é ficar disponível o tempo inteiro de um dia para o outro, quando sua família acaba de dobrar de tamanho.

E pra não ficar achando graça só da desgraça alheia, resolvi apresentar os perrengues pelos quais passamos, deixando para os outros milhares de blogs existentes a tarefa de elevar ao patamar divino a criação dos seus rebentos. Não me entendam mal, não estou fazendo pouco caso, mas consigo ver mais graça e risadas nas situações difíceis e inusitadas, naquelas que você fala "mermmmmmmmão, não tô aguentando mais" e gargalha depois. Ao que tudo indica fui tocado por um espírito rodriguiano de "A vida como ela é".

Ideia na cabeça fui pra internet fazer uma breve pesquisa acerca do tema e dos assuntos e descobri que não existia nenhum homem escrevendo em blogs, só mulheres. Ahhhhhh, aí já é demais! Elas querem dominar o mundo mas vão ter que me engolir! Viram presidentas, chefe da Petrobras e ainda querem monopolizar o universo blogueiro? Só por cima do meu teclado! Já não basta ameaçar as crianças caso elas não fiquem quietas dizendo "vai ficar com seu pai, hein?

Comecei então a escrever, deixando de lado os cuti-cutis para trilhar um caminho mais sinuoso, mas "sin perder la ternura, jamás". Meu gosto pela escrita, minha imaginação fértil e minha cabeça de menino de 14 anos, idade máxima para os homens, ajudam bastante na tarefa de pegar uma tragédia e transformá-la num texto cômico. Encontrar cinco carros empilhados dentro da privada? Ver seus filhos abrirem a lata de Ninho e Mucilon e despejarem as duas pelo quarto por cima de todos os brinquedos? Aturar, quer dizer, apreciar sua filha ter uma possessão digna de exorcismo três da manhã? É só correr pro computador e mostrar que tudo e todos tem seu lado bom, é só lembrar do Darth Vader e seu filho Luke.

O É tudo ao quadrado nasceu assim, com 87 kg, 1,95 de altura e reprovado no teste do pezinho. No de Apgar foi pra recuperação e passou na média com 6,0. É uma injeção de testosterona neste universo materno, um grito dos excluídos. E eu, que sou macho alfa e dominante, líder de manada, que mastigo abelha, não tomo mel, que torço a vaca, não tomo leite, que não compro calabresa de jeito nenhum e tenho medo de baratas, sou apenas o mensageiro daqueles que estão aí, do seu lado, mas que acham que falar disso é coisa de fru-fru, flozô ou Kiwi (peludo por fora e fruta por dentro).

Aqui tem café no bule! Mas na boca de trás do fogão, pras crianças não se queimarem.