terça-feira, 26 de julho de 2011

Taí a prova!!!!



 Sophia fugiu do flagrante...

Notem que ainda tem uma fraldinha premiada que entrou na festa...

O Silêncio que precede o esporro

Mermão, vô te contar uma parada, tem horas que só incorporando o Dalai Lama e o Gandhi juntos pra não fazer uma besteira, no mínimo soltar um palavrão daquele de deixar ruborizado o Fernandinho Beira-Mar.

Manhã de domingo. A empregada não vem desde sexta porque teve um troço na coluna. Casa toda bagunçada e ânimo exaltado pela dificuldade em lidar com a desorganização, provavelmente um TOC em processo de implementação. Crianças acordadas à toda e eu, pra conseguir desbravar a cozinha, decido escalar o Everest e enxaguá-lo com água e sabão. Cada prato levantado traz uma descoberta nova.

Se vocês soubessem a sensação de felicidade e como me sinto realizado lavando a louça de três dias no domingo de manhã logo quando acordo fariam isso correndo. Se quiserem deixo vocês aproveitarem um domingo desses, mas só um pouquinho. Com remela nos olhos e cheio de amor no coração, coloco o avental e encaro minha sina, resmungando como é de meu feitio. Chove lá fora.

Enquanto reclamo que ela não colocou nada de molho e que o Mucilon grudado na colher virou um concreto que só sai com britadeira, ela nem me dá ouvidos e diz que vai tomar banho, que as crianças estão brincando tranquilas no quarto. Diante da constatação de que era verdade, resmungo mais uma vez e descubro panelas sujas guardadas no forno. Finjo que não vi.

Escuto o gás ligando e sei que ela entrou. Enquanto lavo a louça vou escutando a MPB FM pra ver se a alma fica mais doce. Ao fundo escuto as crianças falarem seu dialeto, entre coisas caindo e risadas furtivas. Foi quando fez-se o silêncio. E criança quando faz silêncio, meu amigo, corre logo porque fez merda. Se não fez está prestes a fazer, é batata.

Entre um resmungo e outro e um clássico do cancioneiro popular no rádio, demorei a perceber o silêncio. Quando dei conta já estava esperando pelo pior e fui caminhando com medo até o quarto, como que achando que armaram uma arapuca no caminho. Fui bem devagar pra dar o flagrante. A cena que se descortina é indescritível.

No quarto dele colocamos um colchão de casal no chão. Aliás, todo o chão tem aquele tapete alfanumérico. Temos então toda a roupa de cama, travesseiros e, por fim, os bonecos de pelúcia que colocamos ao lado. Fechem os olhos e visualizem: da porta você vê o colchão de casal, mais um colchão de solteiro do lado para eles não caírem no chão se rolarem, com o tapete por baixo, são dois, uma casinha dessas tipo tenda, com cem bolinhas dentro e uma fila de bichos de pelúcia encostados ao lado. Ah, e esqueci: uma lata de leite Ninho e outra de Mucilon que foram usadas na noite e, pra loucura geral, esquecidas ali.

Quando coloco a cabeça na porta a cena era surreal: Sophia abriu a lata de Mucilon e Thomaz se encarregou da lata de Ninho. Com a mão ela pegava o Mucilon e jogava dentro da lata de Ninho, que já estava fazia porque o Thomaz metia a mão e jogava igual confete pelo quarto. A Tasha e o Pablo pareciam cobertos por uma nevasca. Na frente da tenda com cem bolas, ele tinha feito uma quadra de volei de praia, substituindo a areia por Ninho. Todo branco, sentava em cima dos montes de leite e jogava o que conseguia pegar pra cima. A cama estava tomada. O tapete idem. O leite e o Mucilon se entranharam pela juntas do tapete e os dois numa euforia de dar inveja. Que me perdoem os pudores, mas diante de uma situação dessas o homem só tem uma coisa a dizer: "Caraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa&%¨%¨%%(%¨(&&)#@#@#¨lho, como eles fizeram isso?

Diante do quadro de perda total, abstraí e peguei a máquina pra tirar umas fotos. Tá no inferno, abraça o capeta. Assim que o computador lá de casa voltar a funcionar coloco aqui a prova. Minha mulher sai do banheiro e peço para ela vir ao quarto: "Jesuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuusssss". E aí, pra completar o domingão chuvoso e sem empregada, temos que tirar tudo do quarto, desmontar todo o tapete, bater tudo, passar aspirador e isso e aquilo...

Ah, e só um detalhe sem importância: minha mulher avisou que as latas estavam lá e eu disse pra ela parar de paranóia e de loucura porque eles não sabiam abrir ainda....

Diz aí? Não dá vontade de jogar água no quarto e preparar o leite com cereais do café da manhã? Bebe, bebê, bebe o leitinho...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

A sorte foi o Fluminense ter ganhado do Palmeiras...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Filho da Mãe!? Em nome do pai.

Meu querido, responda esta pergunta: quando você quer ter a certeza de que vai afetar alguém, de que vai mexer com sua hombridade, que vai eriçar seus brios, que vai tornar o magricela gigante e que vai fazê-lo perder as estribeiras, quem você pensa em xingar?

É óbvio, meu camarada, não precisa nem de uma nota: é só falar da mãe do cidadão.

O pai tu pode esculhambar, chamar de careca, broxa, corno, desdentado, encostado, bunda-mole, furingo e por aí adiante. Se bobear o cara até ajuda a lembrar alguma coisa que porventura você tenha esquecido de falar, dando gargalhadas. Agora, meu amigo, se ele sentir que tu vai colocar a mãe na parada, se prepara que vem chumbo grosso.

Tinha uma pegadinha infame que fazíamos com o maior medo de entrar na porrada, mesmo sendo a brincadeira com amigos, mas fazíamos mesmo assim porque essa era a graça.

Tu chega pro sujeito e pergunta: "tu tem foto da sua mãe pelada?"

É óbvio que o cara vai responder com um constrangido: "claro que não, tá maluco?" isso já partindo pra agressão e, se for paulista, dizendo "tá me tirando, mano?"

E você, já de costas e correndo do objeto que está prestes a voar no seu lombo, que o cara joga pra tentar te derrubar antes de te estraçalhar com os olhos fumegando de raiva, rindo, solta então o trunfo final: "quer comprar então?"

Run, Forrest, ruuuuuuuuuuuuuunn

O filho é sempre da pííí, nunca do puto. Pra agredir falam que você não tem mãe, que é filho de chocadeira. "Seu filho da mãe", dependendo do contexto, é xingamento grave.

Em suma, em qualquer situação, seja ela qual for, o pai não presta pra nada, nem aparece, vira um item opcional. Leio e releio vários blogs das mães e nenhuma palavra sobre os pais. Ou melhor, tem sim: "ele até que ajuda", Homem é homem, né ?", "Pelo menos não atrapalha", "hoje cheguei em casa e ele tinha cuidado das crianças" (ou seja, esta surpresa mostra, na verdade, que ele nunca faz merda nenhuma e quando faz merece até recompensa e esta constatação de uma esposa estupefata!).

Nos textos elas que decidem tudo, da demissão da faxineira ao itinerário dos passeios, da alimentação ao vestuário e muito, mas muito raramente, o pai aparece como protagonista da história. É a mãe, sempre ela, que desponta como artista principal, com suas tramas e oscilações. O Homem nunca aparece, nunca tem questões pessoais, nunca está preocupado com a vida que leva, o dinheiro que ganha ou mesmo a quantidade de vezes que fazem sexo na semana. O Homem, este neanderthal pré-histórico, nasceu para ver futebol e beber e sua função na procriação é apenas fornecer o sêmem da vida.

Somos marginalizados, esta é a verdade. Nós vemos Futebol? Elas vidram nas novelas. Nós falamos besteiras? Grampeie o celular dela pra tu ver. Nós somos desleixados? Banheiro de casa só com mulher é muuuuuuuuuuuuuito pior que banheiro em casa só de homem. Nós somos falsos? Amizade masculina dura muito mais. Em suma, esta é a trombeta que soa pela aparição dos pais nos textos das mães, com o devido destaque que todos merecem.

O sujeito sem pai recebe a definição de "ainda bem que não foi a mãe"

O sujeito sem mãe vira "tadinho, também, criado sem mãe, só pelo pai".

É claro que não existe igualdade nem competição. Impossível disputar com alguém que oferece o único alimento do rebento durante 6 meses, não dá. Se fosse você, hoje, imagina: tu ia brigar com o único cara que pode te fornecer tua quentinha todos os dias? Que nada, nem por um decreto. Ia ser o sujeito mais importante da minha vida, ainda mais seu eu fizer uma refeição a cada três horas....

Não estou querendo dizer com isso que é uma relação utilitária e que o bebê só se apega a mãe por causa do alimento, longe disso. Mas o alimento aproxima a humanidade, reforça os laços, aguça os instintos. Foi em torno dele que a comunidade se desenvolveu, que se reuniu em grupos para contar histórias e passar as tradições adiante. Pela alimentação os grupos se dividiam para desempenhar as tarefas necessárias à sua sobrevivência. Todas as festas terminam na cozinha porque, instintivamente, estamos sempre querendo voltar pro colo da mamãe, que representa a alimentação e, por fim, a vida. Entretanto, por uma destas contradições da humanidade, os melhores Chefes de cozinha são homens...

Mas uma coisa eu vou te dizer. Se eu tivesse um peitinho, um peitinho não, dois morros de Fafá de Belém jorrando leite aqui comigo, ahhhhhhhh meu amigo, as coisas seriam beeeeeeeeeeeeeeeem diferentes. Falar mal do pai era sangue certo.

E você, mamãe blogueira, não se esqueça:

O Filho da mãe é também do pai.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

a.G e d.G

Cumpádi, não me leve a mal mas, pra mim, o mundo pode ser dividido em dois: antes do Google e depois do Google. Essa parada de antes de Cristo ou depois de Cristo já não cola mais, me perdoem. Tudo deveria ser datado em a.G ou d.G ao invés de a.C ou d.C. Me diz, sinceramente, como alguém podia viver sem ele? Quando estava escrevendo minha dissertação de mestrado sempre me perguntava: “meus deuses do céu, como os antigos faziam pra ter acesso a todos estes documentos que eu estou usando, do mundo inteiro, de todos os tipos, sem levantar o rabo da cadeira, vendo o que todo mundo já escreveu sobre o tema num piscar de click"? 

A resposta é simples: não faziam. E nem por isso seus trabalhos eram piores, pelo contrário. Eles usavam tudo aquilo que estava à disposição para um intelectual de ponta, especialista em um tema específico. Logo, tudo que ele usava era tudo o que se podia saber sobre o assunto. Nesta lógica, o que eles deixavam de levantar não fazia a mínima diferença já que mais ninguém sabia da existência dessa ou daquela discussão que não foi levantada pelo trabalho. Isso pra dizer que toda realidade é construída a partir da quantidade de conhecimento que adquirimos ao longo da vida. E o Google veio f&&(%##@@@&**¨¨$#$%%uder com ela.

Os pais de hoje estão π π π π π. Ainda mais os casais metidos a modernosos e bestas. Conheço um que têm filhos gêmeos, o cara até tem um blog sobre isso, ele deve achar cult, e que são mais ou menos isso. Não chegam a gozar com o último lançamento do cinema iraniano, não tem em casa um pôster do astro de Bollywood ou mesmo sabem na ponta da língua todos os filmes do Bergman. Mas sempre foram contra a chupeta. Quando perceberam a burrada que tinham feito já era tarde.

 Eles gostam de peças cabeça para os filhos, principalmente se na programação estiver escrito “esta peça possui elementos simbólicos que vão estimular a percepção espacial dos seus filhos acerca do lugar em que se encontram no mundo, além de ampliar sua capacidade de discernimento entre os vários objetos cenográficos. No palco mensagens subliminares estimulam regiões do cérebro específicas que são fundamentais para a inteligência futura e, por fim, elementos mecânicos dispostos em diversos lugares desenvolvem a psicomotricidade e impulsionam a criatividade”. Falaí, tu não saía correndo agora e comprava ingresso pra todos os dias? Aí tu chega lá, cheio de orgulho por estar proporcionando este plus na vida de seus filhos, e dá de cara com a Galinha Pintadinha balançando num trapézio com um playback rolando atrás e umas linhas balançando uns trecos no cenário.  

Não se enganem: eles sabem o que nós queremos ouvir. Ah, e ninguém me tira da cabeça que o inventor da psicomotricidade foi o mesmo do Lego, nem adianta tentar me convencer do contrário. Tu chega na creche e tá lá, grandão: “aula de psicomotricidade”. Pode ver que tem uma pilha de Lego do lado.

Voltando ao Google. Desgramado. Tu bota lá “usos da chupeta”. 35 mil a favor e 37 mil contra. “Complemento (Nan)” 98 mil contra e 54 mil a favor. “Cortar a unha com eles acordados” 589 mil contra e 489 mil a favor. Em suma, o que era pra servir e ajudar só gera mais dúvidas. Ainda mais se você discordar da sua mulher. Aí babou tudo, fica uma guerra de link danada, cada um consultando seus especialistas e enviando textos das últimas pesquisas. E vô te dizer: só piora. O ideal, meu caro, é esquecer esta ferramenta na formação dos bacuris, a não ser é claro para consultas que não tragam nenhuma influência direta na forma de criação que você sempre pretendeu dar ao seu filho. Esquece o maldito e vai na intuição. Nada do que está lá pode servir. 

Têm mães que acham que o Mucilon é um veneno mortal, que os EUA usaram inclusive como arma química na guerra ao terror no Afeganistão (bota no Google pra tu ver). Mas já acham o danoninho inofensivo, o que outras mães tacham como uma contradição absurda porque todo mundo sabe que o danoninho tem ingredientes suspeitos e transgênicos, se não, como valeria por um bifinho? E na loucura de saber o que é bom e o quê não é, o que deve e o que não deve, deixamos de lado aquilo que criou e sustentou a humanidade até hoje: seu instinto. 

Nelson Rodrigues sempre nos alertou para a burrice contida em toda unanimidade. Deixe o Google pra pesquisar preço de fraldas e resolva suas questões sem consultar o oráculo. Ficou na dúvida? O Google só vai te atrasar e piorar sua situação. Vá testando, e não clicando. Uma hora tu acerta e esta trajetória vai ser muito mais importante pra você do que seu caminho de endereços no histórico do computador.

Se eu vou fazer isso? Sei lá! Provavelmente não.

 Mas que é uma ótima idéia é...

sábado, 9 de julho de 2011

Da série "Quem é a criança?"

A mãe chega e o pai está brincando com as crianças:

- "Nooooooooooooooossa, qual dos dois tá de cocô?

E o pai com a cara deslavada que lhe é peculiar, brilhando de óleo de peroba, solta, :

- Caraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarra, estas crianças tão podres!

E sai correndo, gargalhando em silêncio, triunfante por não ter sido descoberto...

Moral da história: "alguém peidei não sei quem fui"