sexta-feira, 4 de março de 2011

Compra 1: o carrinho


Modelo popular

Parceiro, ao mesmo tempo que você acompanha o desenvolvimento dos seus filhos é chegada a hora de entrar na fase 2: assimilação, espera, escolhas e gastos. A partir de agora será necessário pensar em tudo e um pouco mais pois cada ato seu nesta fase pode gerar uma consequência inesperada no futuro. É uma espécie de teoria do caos, aquela em que um arroto no Xingú pode causar um terremoto na Moldávia. Um passo em falso agora e tudo pode ficar comprometido, ainda que você não visualize isso.

Do carrinho não tem como escapar e, apesar de parecer um negócio muito simples, não é. Ele é praticamente uma extensão da personalidade dos pais, como se fosse a compra de um carro mesmo. A primeira coisa é a segurança, disso não se abre mão: é bom que o carrinho tenha um cinto de cinco pontas (dois que passam por cima do ombro, dois pelo lado das pernas e um entre elas, onde todos se encontram e fecham) para que eles sigam firme. Os nossos são assim ainda que não me lembre de ter colocado os cinco pontos presos nenhuma vez, até porque a criança fica sem poder ir pra frente e pra trás. Um dia desses vi a tira que desempenha esta função na mão deles. Tinha virado corda pra puxar algum brinquedo. Pelo menos teve algum uso.

Depois temos que escolher o tamanho. É sempre bom lembrar que pra caber os dois fechados na mala de um carro só eles sendo bem compactos.  Caso contrário, vai um na frente (do lado do motorista) e outro na mala. Mesmo nós que não temos carro passamos algum sufoco e na hora de pedir um Táxi já informamos que precisamos de uma mala grande. Se você tem um carro que cabe dois carrinhos grandes na mala, deve estar aqui por acidente. Ah, é bom que ele tenha pelo menos três posições: em pé, encostado e deitado.

Por fim, é importante lembrar que quando você for no mercado não vai poder empurrar o carrinho da criança e o de compras. Portanto, uma boa mala é fundamental para que você consiga colocar bastante produtos na parte de baixo. Têm uns pinos na alça de empurrar onde ficam os guarda-copos. Arranque o porta-copo e pendure algumas sacolas ali, lembrando de equilibrar o peso nos dois lados pro carrinho não tombar.

Um dos pontos mais polêmicos ficou por conta de comprar um carrinho duplo ou dois individuais. Aí, amigo, são muitas as hipóteses. Cada caso é um caso e ele deve atender ao perfil do casal. Nós moramos na zona norte, não temos carro e andamos muito na rua com eles. Logo, um carrinho de gêmeos teria que vencer os carros na calçada e os seus repectivos buracos. Além disso, existe o problema de entrar no elevador e na porta de casa, que possuem medidas padrão. Ah, sem falar que ele não passaria em nosso corredor que é estreito e liga os cômodos da casa. Minha mulher defendia sua compra, afirmando que ganharia mais autonomia e que poderia sair sozinha com os dois sem precisar de ninguém.

Eu, na base do terrorismo, perguntava com ares de fim do mundo, o que ela faria se um deles começasse a chorar sem parar. "Eu pego no colo". Insisti: aí o outro começa a chorar. "Eu pego também". Beleza, agora é só chamar o reboque pra trazer o carrinho de volta pra casa, enquanto você vem a pé com os dois no braço. Nem isso dá, porque não sobrou mão pra pegar o telefone. Amigo, pra mim a regra é clara: pra dois temos que ter no mínimo dois na marcação, sendo que mais um na sobra é o ideal. Ela não se deu por vencida e viu um modelo em que ao invés de ser um ao lado do outro, fica um atrás do outro. Depois de refletir rapidamente, ela decidiu que não seria bom porque o que fosse vir atrás não teria uma visão boa da paisagem e seria prejudicado, ou então poderia se sentir um Rubinho da vida. Diz aí?

O outro argumento pela escolha da independência é prático e se mostrou acertado depois. São dois, amigo, e as vezes um está dormindo e o outro está chorando, um quer comer e o outro não, um tá cagado e o outro limpinho, um golfou é tá bolado e o outro acabou de sair do banho e  ficou enjoado. Você quer tomar café da manhã com um no carrinho e não pode, o que muitas vezes pode inviabilizar o desjejum. Separados, um fica com você e o outro com a mãe e depois pode rolar o revezamento, é mais fácil. Se estiverem agarrados no mesmo carrinho a confusão está feita. Separados, você pode ir com um pra cada lado, sem prejudicar ninguém. Um dormiu e o outro berrou? pega o carrinho e vai dar uma volta com o revoltado. Resolvido.

No final de tudo, meu animal de estimação Franco, que tinha me prometido o carrinho, pediu as especificações. Tadinho, creio que ele não sabia onde estava se metendo nem o preço deles, muitos custando quase um carro popular. Quando abri a caixa fiquei até com medo de ele se mexer e começar a falar, parecia um transformer. Mas ainda sim era só um. Como era de última geração, fomos na loja e trocamos ele por dois, com o bebê conforto que encaixava ainda, isso é a maior mão na roda. Pronto: os carrinhos estavam em casa e eu não tinha gastado nem um real com isso. Não é perfeito? rsrsrs

Hoje o carrinho da Sophia já tá fazendo até frete no hortifruti aqui perto de casa. Tá todo troncho, dando de lado, com o encosto das 3 posições quebrado. Consertei com uma ripa que encontrei lá em casa escorando o encosto. O bebê conforto já está no limite. Ambos estão todos manchados de tudo que você possam imaginar: da água de côco ao giz de cera, da pasta de biscoito de maizena regurgitado à papinha que caiu. Vez por outra só o lava jato resolve. 

E isso é só o início. Temos ainda a escolha dos nomes, das roupas, dos acessórios, se vai chupar chupeta ou não e isso e aquilo....

Se fossem dois meninos eu já tinha seus nomes na ponta da língua:  Prejú e Izo rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs.









Um comentário:

  1. Sou mãe de gêmeos e estou adorando conhecer a sua historia, no caso dos carrinhos no início optei por dois, por todas as razões q vc descreveu mas no quarto mês já não suportava mais depender de alguém para ir até na esquina então comprei o carrinho duplo e viva minha independência, qto a chorarem ao mesmo tempo na rua acho q nunca aconteceu pois adoram passear. Então os dois carrinhos ficam em casa para os momentos q um quer dormir e o outro não, facilitar a locomoção, essas coisas... e o duplo mora na mala do carro. Espero ter contribuido e vou continuar lendo suas experiências...

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